Hoje, dia 11 de fevereiro, celebra-se o Dia Internacional das Mulheres e Raparigas na Ciência, decretado pela Assembleia Geral das Nações Unidas com o objetivo de alcançar o pleno e igual acesso e participação na Ciência por parte de raparigas e mulheres. Aderindo a uma iniciativa promovida pelo Instituto Superior Técnico, o C2TN decidiu assinalar esta data desafiando as nossas mulheres investigadoras a explicarem-nos aquilo que as motiva a fazer ciência. Assim, partilhamos aqui convosco as suas respostas à pergunta
"Sou cientista porque..."
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"... há muitas pontes de
conhecimento por construir. Em medicina, a radiação ionizante tem um papel
fundamental tanto em terapia como em diagnóstico. Cada vez mais, existe uma
necessidade crescente de novas e mais eficazes terapias. É no mundo dos efeitos
biológicos das radiações que mergulho todos os dias e procuro respostas para
essas novas terapias e, assim, contribuir para uma melhor qualidade de vida na
nossa sociedade." (Ana Belchior, investigadora na área da Proteção e
Segurança Radiológica)
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"... sempre fui curiosa. No
meu trabalho combino o gosto pela química com o interesse pela história. A
datação por luminescência e os estudos composicionais permitem-me contribuir
para "contar a história" dos minerais que formam os objetos e os
contextos do património cultural." (Ana Rodrigues, investigadora na área do
Património Cultural)
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"... procuro a beleza nas
coisas pequenas. Uma molécula sozinha pode não ser muito, mas se pusermos
milhões delas a comunicar entre si (interagir), criamos um material que pode
falar-nos sobre coisas muito interessantes. É a essas conversas que eu gosto de
estar atenta para primeiro as aprender e depois ensinar outras moléculas a
falar. E a falar ainda melhor." (Dulce Belo, investigadora na área dos
Materiais Avançados)
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"... descobrir o "porquê" fascina-me. Moléculas de grandes dimensões constituídas por pequenas unidades estruturais que se repetem são intrigantes... Dada a diversidade de tamanho, tipo e origem das unidades repetitivas, e as diferentes técnicas que podemos utilizar para as "encaixar", a aplicabilidade destes materiais é muitíssimo vasta e isso é fascinante e desafiante!" (Helena Casimiro, investigadora na área dos Materiais Avançados)
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"... não consigo deixar de
perguntar "porquê?". E a ciência é a forma de responder a todas as
questões. É todos os dias poder voltar a ver o mundo com a admiração e surpresa
de uma criança. É uma fonte inesgotável de oportunidades de nos maravilharmos e
aprender algo surpreendente." (Joana Guerreiro, investigadora na área das
Ciências Radiofarmacêuticas)
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"... acredito que posso
contribuir para uma sociedade mais sustentável. A qualidade do ar é essencial
para a saúde e bem estar de todos os habitantes do nosso planeta. O meu papel
como investigadora é o de gerar informação sustentada para uma sociedade mais
capacitada para lidar com o problema da poluição atmosférica." (Marta
Almeida, investigadora na área do Ambiente)
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"... sou feliz a fazer a
diferença na vida dos outros. É nessa diferença que penso muitas vezes, ser
cientista com nanopartículas e vírus vazios e células e radiações e, no final
do dia, sempre em equipa, ter um raciocínio integrado dos resultados e saber
aplicar. É um privilégio estar sempre a crescer!" (Rita Melo,
investigadora na área das Ciências Radiofarmacêuticas)
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"... procuro conhecer o
património natural e cultural. Os meus estudos permitem um conhecimento
aprofundado do meio ambiente e avaliar a geoquímica dos solos superficiais. O
estabelecimento de níveis naturais dos elementos químicos contribui para
potenciar a avaliação de alterações ambientais e preservação do património
cultural e natural." (Rosa Marques, investigadora na área do Património
Cultural e Ambiente)
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"... há um mundo invisível para descobrir. Para
além do que a nossa vista consegue alcançar existe um mundo de pequenos
organismos microscópicos com os quais podemos aprender e devemos conviver. A
microbiologia leva-me nesta viagem ao mundo invisível onde tento aprender como
equilibrar os microrganismos na nossa vida." (Sandra Cabo Verde,
investigadora na área das Tecnologias Nucleares e Proteção Radiológica)
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"... descubro de que é feita
a essência da matéria. Através dos elementos químicos caracterizo diferentes
matérias, tanto em contexto arqueológico como ambiental. Todos em conjunto
contam-me uma história: nos metais arqueológicos identifico fontes de
matérias-primas, tecnologias de fabrico e rotas de circulação na Antiguidade,
no ambiente avalio os elementos poluente e o seu grau de contaminação." (Susana Sousa Gomes, investigadora na área do Património Cultural e Ambiente)